quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Arcadismo
Contexto Histórico

A Europa no século XVIII caracteriza-se por mudanças marcantes. O intenso progresso científico (a formulação da lei da gravidade pelo cientista Isaac Newton; a adoção do empirismo como método de aquisição do conhecimento, pela filosofia, e a classificação dos seres vivos pela biologia) conduz à tecnologia e esta ao aumento da produção. Generaliza-se a idéia de que os negócios e a ciência costituem campos separados da religiã
Fostos Do Arcadismoo/

Arcadismo

O Arcadismo se inicia no início do ano de 1700 e por isso recebe o nome também de Setecentismo, ou ainda neoclassicismo. Esta última denominação surgiu do fato dos autores do período imitarem, não de uma forma pura, mas alguns aspectos da antigüidade greco-romana ou o chamado Classicismo, e também os escritores do Renascimento, os quais vieram logo após a idade clássica. O classicismo compreende a época literária do Renascimento, no qual o homem tem a visão antropocêntrica do mundo, ou seja, o homem como centro de todas as coisas. Os renascentistas prezavam as obras clássicas, já que tinham a convicção de que a arte tinha alcançado sua perfeição. Assim como os renascentistas, os escritores árcades pretendiam retomar o estilo clássico, contudo com uma nova maneira, denominada de Neoclássica, de observar as considerações artísticas abordadas naquele período, como a razão e a ciência, conceitos oriundos do Iluminismo.
ARCADISMO

ORIGEM
Das correntes artísticas do século XVIII, a que se difundiu com mais vigor no Brasil foi o Arcadismo. A palavra ?Arcadismo? deriva da Arcádia, na Grécia antiga. Originalmente uma região onde se praticavam atividades pastoris, a Arcádia passou a ser cantada na poesia como um lugar idílico, um espaço privilegiado em que pastores-poetas dedicavam-se à criação de seus rebanhos e também às artes da palavra: andariam pelos campos tocando sua lira ou flauta, cantando em versos seus amores e saudades.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Umas das teses de Martin Lutero

25. O mesmo poder que o papa tem sobre o purgatório de modo geral, qualquer bispo e cura tem em sua diocese e paróquia em particular.

26. O papa faz muito bem ao dar remissão às almas não pelo poder das chaves (que ele não tem), mas por meio de intercessão.

27. Pregam doutrina mundana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando [do purgatório para o céu].M

História da MPB

A música popular no Brasil surgiu em meados do século XVIII como forma de expressão cultural nas principais cidades coloniais. Misturava sons indígenas, negros e portugueses com elementos da música folclórica e erudita. Nesse mesmo século aparece uma das primeiras expressões musicais brasileira: a modinha; espécie de canção lírica e sentimental. No século seguinte surgiu o choro e o samba.
No século XX, surgem as primeiras duplas sertanejas, com as chamadas modas de viola. A partir da década de 30, a rádio criava ídolos populares como: Emilinha Borba, Marlene e Francisco Alves, considerado “O Rei da Voz”. Nessa época, Governo Vargas, a censura controlava a música popular; canções de caráter político só eram veiculadas quando elogiava o país, tipo: “Aquarela do Brasil” de Ary Barroso. A década de 50 foi marcada pelo samba-canção, que falava de desventuras amorosas; também, acontecia o primeiro sucesso da música nordestina, com Luiz Gonzaga, autor de “Asa Branca”, que ficou conhecido nacionalmente como o “Rei do Baião”. Em 1958, surge a Bossa Nova, com influência no Jazz e no Samba, diferente de tudo que já havia sido produzido. A década de 60 é das canções de protesto e da Jovem Guarda, esta o reflexo brasileiro do rock internacional, que fez sucesso entre os jovens.
A sigla MPB, a partir de 1965, com o início dos festivais, passa a identificar a música popular brasileira, ou seja, a música que surge após a Bossa Nova, rompe com o regionalismo e se projeta nacionalmente. Incorpora elementos do Jazz e do Rock da Jovem Guarda, utiliza como principal tema a situação política do país. Junto com a MPB, surgem os festivais de música; o primeiro vencido com música “Arrastão” de Edu Lobo e Vinícius de Morais. No seguinte, “A Banda” de Chico Buarque e “Disparada” de Geraldo Vandré empatam em primeiro lugar. Em 1967, o maior de todos os festivais, vencido por Chico Buarque com “Roda Viva”, também tinha “Alegria, Alegria” de Caetano Veloso e “Domingo no Parque” de Gilberto Gil, lançando, assim, sementes do Tropicalismo, movimento que incorpora à MPB elementos do rock, dos ritmos estrangeiros e da cultura de massa. Nos anos 70, a MPB consagra-se como forma musical característica dos centros urbanos, que passam a reunir compositores e intérpretes espalhados pelo Brasil afora. A partir dos anos 80, o rock firma-se no mercado, com bandas como: Blitz, Barão Vermelho, Titãs, Os Paralamas do Sucesso e Legião Urbana. Nessa mesma década, a música nordestina vive outro momento de consagração, quando os ritmos do carnaval de Salvador são reconhecidos nacionalmente. Em seguida a lambada invade a Bahia e faz grande sucesso.
Dos anos 90 em diante, deu-se espaço a tudo; o Rap, com “Gabriel, o Pensador”, e seu hit Lôraburra; o Funk de Tim Maia e Jorge Benjor; Samba de Zeca Pagodinho; e muitos outros estilos vão aparecendo sempre. A tendência da MPB é a mistura de vários ritmos.
Apesar da MPB ser, cada vez mais, uma música elitizada e culta (assim é classificada), a sua história foi essa, onde aparecem todos os tipos, ritmos, modos, culturas, regiões do Brasil e suas músicas, que tanto enriqueceram e enriquecem a Música Popular Brasileira.

Gil Vicente

Gil Vicente foi o fundador do teatro português. Provavelmente nascido em 1465, foi poeta e dramaturgo, talvez ourives e organizador de festas palacianas do tempo da rainha Dona Leonor. Seus textos revelam conhecimento literário e suas obras se caracterizam por constituir uma galeria de tipos, por painéis alegóricos, humor e crítica social, sem deixar de lado o caráter religioso. Gil Vicente preocupou-se em retratar o homem na sociedade, criticando-lhes os costumes, com um princípio de moral. Sua primeira peça foi o ''Monólogo do Vaqueiro'', em que o tema era o nascimento do filho de Dona Maria e Dom Manuel (1502).

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Resumo do poema Ilíada de Homero.


A Ilíada – por Daniel Duclós

A Ilíada (do grego Iλιάς, Ilias) é um poema épico grego e narra uma série de acontecimentos ocorridos durante o décimo e último ano da Guerra de Tróia. O título da obra deriva do nome grego de Tróia, Ílion.

A Ilíada e a Odisséia são comumente atribuídas a Homero, que acredita-se ter vivido por volta do século VIII a.C. na Jônia ( lugar que hoje é uma região da Turquia), e tratam-se dos mais antigos documentos literários gregos a sobreviverem aos nossos dias. Porém, até hoje se debate a existência desse poeta e se os dois poemas foram compostos pela mesma pessoa.

Cecília Meireles

Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.

Cecília Meireles

Metonímia toma a parte pelo todo

Da Página 3 Pedagogia& Comunicação
Figuras de linguagem são formas de expressar o pensamento ou o sentimento de modo vivo, enérgico, vibrante, capaz de impressionar o ouvinte ou leitor e escapar ao uso corriqueiro que se faz das palavras e da língua. Podem ser classificadas em figuras de palavras, figuras de construção e figuras de pensamento.

Entre as figuras de palavras, distinguem-se dois principais grupos: o das metonímias e o das metáforas.

Metonímia

A palavra assume outro sentido que não o literal ou denotativo, por meio de uma associação de sentidos tem como base a contigüidade (e não a similaridade) entre os elementos. Ou seja, é uma analogia por sentidos próximos, relativos. Veja os exemplos:

  • Adoro ler Shakespeare.
    O famoso poeta inglês, morto há mais de 400 anos, não pode ser lido. Seu nome é usado na frase para representar a sua obra. Você adora é ler os livros de Shakespeare.

  • Tomamos vinte latas de cerveja!
    Ainda que os sujeitos da frase possam ter ficado bem bêbados, eles não tomaram as latas, mas a cerveja que estava dentro delas.

    A metonímia ainda tem variações:
  • Trovadorismo

    http://www.youtube.com/watch?v=ghZkeraYDes
    Literatura Clássica (Séc. XVI a XVIII)

    A designação de época clássica, refere-se à tendência estética e cultural que proliferou na Europa, desde meados do século XVI até finais do século XVIII. Defendia e cultivava a recuperação da cultura clássica greco-romana, no que toca às referências estéticas e culturais, e do Renascimento italiano, no que toca à adopção de formas e géneros.

    A sua linguagem formal, encontra paralelismos na pintura, na arquitectura e na literatura, sem, no entanto, corresponder a um movimento unitário ou concertado no tempo ou no espaço.

    Considera-se que o início da época clássica da literatura portuguesa esteja relacionado com a propagação das novas formas literárias do Renascimento italiano em Portugal introduzidas por Sá de Miranda, após o seu regresso, em 1526, da sua viagem à Itália, que vai estender-se, em toda a sua diversidade, até meados do século XIX.

    Os principais movimentos estéticos que proliferaram durante este período são: o classicismo, o maneirismo, o barroco, o neoclassicismo.

    Classicismo

    Termo que se generalizou, ao longo do século XIX, para designar uma tendência estética e cultural.que abarca o barroco e o maneirismo e coincide, de uma forma geral, com o período renascentista; com a recuperação de modelos e valores da cultura antiga greco-latina e pelo crescimento do interesse pelo humano, estranho à tradição escolástica medieval.

    Na poesia o classicismo, está estreitamente ligado ao debate em torno da Poética de Aristóteles, onde se colheram as regras formais e temáticas dos vários géneros. Contudo a introdução destas novas formulas não implicou o desaparecimento das formas tradicionais nem de certos temas e motivos, pelo que encontramos autores de sonetos, ou de outras formas do classicismo a escreverem também redondilhas e vilancetes.
    Esta coexistência verifica-se em vários autores do século XVI, como o próprio Sá de Miranda e Camões.

    Em finais do século XVIII, o classicismo renova-se com o neoclassicismo.

    quarta-feira, 17 de março de 2010

    Leonardo,Raquel,Rafael,Quézia,Danielle,Rodrigo,Stefani e Naara !
    Muitoo Show !

    O que é literatura

    A arte que utiliza a palavra como matéria -prima de sua criações é chamada de literatura.
    Ela existe há alguns milênios.Entretanto,sua natureza e suas funções continuam objeto de discussão principalmente para os artistas,seus criadores,
    A literatura,como qualquer outra arte,é uma criação humana,pr isso sua definição constitui uma tarefa tão difícil.
    O homem,como ser histórico,tem anseios,necessidades e valores que se modificam constantemente.Suas criações-entre elas a literatura-refletem seu modo de ver e de estar no mundo.Assim,ao longo da história,a literatura foi concebida de diferentes maneiras.Mesmo os limites entre o que é e o que não é literatura variaram com o tempo.
    Atualmente,não é comum incluir uma obra historiográfica ou um semão religioso na arte literária.

    Literatura a arte das palavras

    PAUSA
    Mário Quitana
    Quando pouso os óculos sobre a mesa para uma pausa na leitura de coisas feitas,ou na leitura de minhas próprias coisa,surpreendo-me a indagar com que se parecem o óculos sobre a mesa.
    Com algum insetos de grandes olhos e negras e longa pernas ou antenas?
    Com algum ciclista tombado?
    Não,nada disso me contente ainda.Com que se parecem mesmo?
    E sinto que,enquanto eu não puder captar a sua implícita imagem-poema,a inquietação perdurará.
    E,enquanto o meu Sancho Pança,cheio de si e de senso comum,declara ao meu Dom Quixote que uns óculos sobre a mesa,além de parecerem apenas uns óculos sobre a mesa,são, de fato,um par de óculos sobre a mesa,fico a pensar qual dos dois-Dom quixote ou Sancho?-vive uma vida mais intensa e portanto mais verdadeira...
    E paira no ar o eterno mistério dessa necessidade da recriação das coisas em imagens,para terem mais vida,e da vida em poesia,para ser mais vivida.
    Esse enigma,eu paso a ti,pobre leitor.
    E agora?
    Por enquanto,ante a atual insolubilidade da coisa,só me resta citar o terrível dilema de stechetti:
    "Io sonno un poeta o sonno un imbecile?"
    Alternativa,aliás,extensiva ao leitor de poesia...
    A verdade é que a minha atroz funçao não é resolver e sim propor enigma,fazer o leitor pensar e não pensar por ele.
    E dai?
    -Mais o melhor -pondera-me,com a sua voz pausada,o meu Sancho Pança-,o melhor é repor depresa os óculos no nariz.
    MÁRIO DE QUITANA
    (1906-1994)
    Poeta sul-rio grandense
    buscando sempre uma poesia
    simples e despojada,publicou
    mais de uma dezena de livros,
    entre os quais se destacam:A rua dos cata -vento
    (1940),Espelho mágico91948),
    O aprendiz de feiticeiro(1950)
    Caderno H(1973),Apontamento de história sobrenatural

    Baum e a maravilhosa Terra de Oz

    oz2Os estúdios da Warner planejam produzir um remake em 3D de “O Mágico de Oz”, filmado com grande sucesso em 1939 pelo diretor Victor Fleming (“E o Vento Levou”), que catapultou Judy Garland ao estrelato. O filme foi baseado no livro “O Maravilhoso Mágico de Oz”, do norte-americano L. Frank Baum, publicado originalmente em 1900. A obra, uma deliciosa fantasia infantil, conta a história da garota Dorothy, que depois de uma tempestade é transportada com seu cachorro Totó para uma terra desconhecida (Oz). Lá encontra, além de homenzinhos estranhos (Munchkins), muita aventura.

    Baum, que já era um autor razoavelmente conhecido, colocou a mão no bolso e custeou a primeira edição, vendendo 90 mil exemplares nos dois primeiros anos. O livro tinha ilustrações do genial cartunista W.W. Denslow, que trabalhou com Baum em outros livros da série, dividindo louros e lucros. Uma guerra de egos os afastou, brigaram, e Denslow acabou comprando uma ilha nas Bermudas, onde torrou todo dinheiro ganho nos tempos de “Oz” e acabou morrendo de pneumonia, totalmente esquecido (depois John R. Neill continuou a ilustrar a série). Muitos, ainda hoje, dizem que sem as gravuras e ilustrações de Denslow o livro não seria o sucesso que foi.

    A obra de Baum foi inspiração para peças de teatro, musicais da Broadway, operetas, filmes e mais filmes, livros, HQ, sendo até mote político para campanhas eleitorais. O mundo da cultura-entretenimento se ajoelhou à fantasia de Dorothy e seus amigos, o Homem de Lata, o Espantalho e o Leão (sem esquecer a vilã, a Bruxa Má, que tenta impedi-la de voltar para casa). Baum começou a escrever muito cedo, mas antes do sucesso, como ocorre com muitos escritores, enveredou por vários caminhos tendo sido jornalista, empresário, autor teatral (uma de suas peças, “Maid of Arran”, chegou a obter sucesso), mas nunca deixando de ser um entusiasta da literatura infantil (na época, esse tipo de livro tinha uma abrangência bem diferente da de hoje). Casou-se em 1882 com Maud Gage, filha de Matilda J. Gage, uma proeminente mulher, ativista de várias causas políticas, como o sufrágio universal, que era totalmente contra o matrimônio de sua filha com um aventureiro sonhador como Baum.

    Cecilia Meireles


    Cecília Meireles

    Aqui está minha vida. Esta areia tão clara com desenhos de andar dedicados ao vento. Aqui está minha voz, esta concha vazia, sombra de som curtindo seu próprio lamento Aqui está minha dor, este coral quebrado, sobrevivendo ao seu patético momento. Aqui está minha herança, este mar solitário que de um lado era amor e, de outro, esquecimento. desenho Cecília Meireles, em desenho de Apard Szènes CECÍLIA MEIRELES "Cecília levita, como um puro espírito...Por isso ela se move, "viaja", sonha com navios, com nuvens, com coisas errantes e etéreas, móveis e espectrais, transformando em pura poesia essa caminhada. Uma das excepcionalidades de Cecília Meireles: a composição de uma poesia densamente feminina, não apenas a poesia feita por alguém que é mulher, mas obra de mulher, de um sem número de perspectivas sobre as coisas que os homens não teriam, poesia na qual uma das grandes forças é a delicadeza, e delicadeza de poeta, que transfigura a vida em canto..." Ana Cristina Cesar Ex Libris Ex-Libris de Cecília Meireles Na faixa inferior: "... como uma cegonha que sonha, que sonha e sonha..." Renúncia Sê o que renuncia Altamente: Sem tristeza da tua renúncia! Sem orgulho da tua renúncia! Abre a tua alma nas tuas mãos E abre as tuas mãos sobre o infinito. E não deixes ficar de ti Nesse último gesto! "Nasci no Rio de Janeiro, três meses depois da morte do meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas ao mesmo tempo me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno. Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento da minha personalidade." Cecília Meireles Foto Cec�lia Meireles Cecília Meireles nasceu no Rio, em 7 de novembro de 1901, mesma cidade em que morreu, a 9 de novembro de 1964. A menina foi criada pela avó materna, Jacinta Garcia Benevides. Cântico IV Tu tens um medo: Acabar. Não vês que acabas todo dia. Que morres no amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que te renovas todo dia. No amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que és sempre outro. Que és sempre o mesmo. Que morrerás por idades imensas. Até não teres medo de morrer. E então serás eterno. Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde, foi nessa área que os livros se abriram e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano.